A Mão Esquerda da Escuridão – Ursula K. Le Guin
Considerado um dos livros mais icônicos da década de 1960 e marco da geração New Wave, A Mão Esquerda da Escuridão, de Ursula K. Le Guin, conquistou os principais prêmios da ficção científica, o Hugo e o Nebula.
No romance fantástico, a autora foi capaz de trazer à tona temas importantes a época de seu lançamento, mas, que se mantiveram contemporâneos como: a polarização política, conflitos religiosos e a inevitável discussão sobre a igualdade entre os sexos.
O romance apresenta a trajetória de Genly Ai, um emissário enviado de uma terra distante, com a missão de convencer os líderes desse planeta a se unirem a uma grande comunidade universal. Mas há muitas diferenças culturais entre o enviado e a população de Inverno, como o planeta foi apelidado. São outros costumes, outras lendas e percepções as quais ele deve se adaptar. Além destas questões culturais, o emissário se vê em uma terra única, na qual ninguém possui gênero definido – a não ser na hora do acasalamento. Lá, qualquer um pode ter filhos, ser pai ou mãe, exercer as mesmas tarefas e a própria relevância disso é pequena, o que torna os costumes locais ainda mais complexos, colocando em xeque as crenças do enviado inúmeras vezes. A obra é um dos mais famosos romances que lidam com as questões de gêneros e os efeitos do sexo e sobre a cultura e a sociedade.
Justiça Ancilar – Ann Leckie
Ann Leckie é uma das grandes autoras de ficção científica contemporânea. Por seu romance de estreia, Justiça Ancilar, ganhou todos os principais prêmios do gênero: Hugo, Nebula, Locus, BSFA e Arthur C. Clarke.
Uma vez que se lê o romance, não se surpreende que ela tenha recebido toda essa atenção. Uma aventura espacial movida a vingança, em um universo complexo, povoado com alguns dos elementos mais interessantes da ficção científica: inteligência artificial, conflitos de xenofobia e política interplanetária. Ann Leckie trabalha tudo isso com maestria.
A linguagem é um dos fatores mais complexos e enriquecedores dessa obra. Breq, a personagem que narra a trama, é um membro do Império Radch, cujo idioma não tem pronomes com gênero definido. A autora escreveu o livro em inglês, mas simula uma tradução do idioma radchaai. Para isso, optou por escrever a maior parte dele flexionando as palavras apenas no feminino.
Os desafios e até mesmo a estranheza, causados por essa linguagem são parte do que torna Justiça Ancilar uma obra tão singular. A ficção científica tem a tradição de questionar o mundo ao nosso redor, tirando o leitor de sua zona de conforto e usando a imaginação para fazê-lo repensar seus conceitos. Prepare-se para encontrar, nas próximas páginas uma obra verdadeiramente inovadora.
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