Se o questionamento é o ponto inicial para a inovação, o que as empresas e seus líderes podem fazer para encorajá-lo e explorá-lo? E como podemos reacender em cada um de nós a faísca do questionamento, passando a usar essa ferramenta tão poderosa como um meio para repensar e reinventar nossas vidas? Uma Pergunta mais Bonita procura definir um sistema prático de questionamento, um processo inovador que ajude a alcançar respostas imaginativas e poderosas.
Para isso, leva o leitor ao coração de empresas como Google, Netflix, IDEO e Airbnb, pioneiras em suas áreas de atuação e grandes líderes do mercado atual, e mostra como o questionamento faz parte do DNA organizacional desses conglomerados formadores de tendências.
Warren Berger, jornalista e especialista em inovação, também procura compartilhar as mais diversas e inspiradoras histórias de vida e de carreira, contadas por grandes artistas, professores, empresários e ativistas sociais, pessoas que mudaram não apenas suas vidas, mas também o mundo à volta – tudo começando com uma pergunta bem-feita.
Conheça algumas perguntas transformadoras que estão no livro:
E se pudéssemos “passar uma borracha” em nossos erros?
Quando as máquinas de escrever elétricas se popularizaram nos anos 1950, tornou-se mais difícil apagar erros já registrados – um problema notado por Bette Nesmith Graham. Graham tinha dois empregos: secretária de banco (era uma ótima datilógrafa) durante o dia e artista publicitária à noite. Uma ocasião, enquanto trabalhava nos anúncios, ela pensou: E se eu pudesse apagar meus erros de datilografia da mesma forma que faço com minha pintura? Então encheu uma garrafinha com uma mistura de tinta e água e a levou até o escritório. Essa “fórmula milagrosa” cobriu facilmente os erros de datilografia, e logo Graham estava fornecendo o corretor líquido a centenas de outras secretárias. Um ano antes de sua morte, em 1980, Graham vendeu a Liquid Paper por cerca de US$ 50 milhões, dando metade da quantia a seu filho, Mike Nesmith, membro original da banda The Monkees, que usou o dinheiro para bancar suas próprias inovações na gravadora pioneira em multimídia Pacific Arts.
Por que minha barra de chocolate derreteu? (E a minha pipoca vai estourar?)
Durante a Segunda Guerra Mundial, Percy Spencer, engenheiro autodidata que liderava a divisão de tubos de energia na empresa de armamentos Raytheon, concentrou seus esforços no magnétron – tubo central que fez radares tão poderosos a ponto de permitir aos bombardeiros dos EUA detectar os periscópios dos submarinos alemães. Um dia, parado ao lado do magnétron, Spencer percebeu que uma barra de chocolate em seu bolso havia derretido. Então, pensou: Será que a energia usada em ondas de rádio poderia ser usada para cozinhar alimentos? Resolveu colocar alguns grãos de milho para pipoca perto do tubo e logo mastigava, entusiasmado, a primeira pipoca de micro-ondas do mundo. Em 1947, Raytheon apresentou ao mercado o Radarange, o primeiro forno de micro-ondas, ainda que levasse mais vinte anos até que os aparelhos fossem suficientemente pequenos para caber em uma bancada de cozinha.
Por que os jogadores não urinam mais?
Muitas empresas e até mesmo indústrias inteiras podem ter suas origens rastreadas até uma pergunta, ainda que geralmente ela não seja tão bizarra como esta. Em 1965, Dwayne Douglas, um técnico de futebol americano da University of Florida, se perguntou: Por que os jogadores não urinam mais após os jogos?. O técnico, perplexo, sabia que seus jogadores bebiam água nas sidelines, mas não percebia que eles expeliam pelo suor mais fluidos do que a água conseguia repor. Douglas compartilhou sua dúvida com J. Robert Cade, professor de nefrologia (saúde dos rins) na universidade, que se comprometeu a desenvolver uma bebida capaz de repor os eletrólitos perdidos pelo suor. Testou-se a fórmula de Cade primeiramente em um time de futebol formado por calouros, que derrotou o time de veteranos em uma sessão de treinos. A bebida ficou conhecida como Gatorade (por causa da mascote do time) e ajudou a iniciar a indústria de bebidas isotônicas, que agora vale mais de US$ 20 bilhões.
Avaliações
Não há avaliações ainda.